quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Entrevista da Semana - Celso

Antes de mais quero pedir desculpa pelas semanas em que não houve "Entrevista da Semana", mas com as frequências que todos tivemos não houve tanta disponibilidade para isso.
Nas Férias de Natal, o movimento do Blog será mais reduzido, e por isso as entrevistas só aparecerão novamente com o recomeço dos treinos. Após os testemunhos do Eskilo, do Domingos, do Pedro e do Tomás, viramo-nos agora para os responsáveis pela nossa equipa.
A primeira entrevista de 2008 será feita ao Alma, enquanto que hoje, última de 2007 apresentamos o testemunho de um antigo fixo desta equipa e que hoje é Nosso Treinador. Nem Mister, nem Senhor: Para a família do Futsal FDL em que ele se insere, ele é apenas Celso.

- Futsal FDL (F): Celso, foste jogador desta equipa durante 4 anos. Viveste todos os sucessos e insucessos desta equipa dentro de campo durante essa altura. Agora o papel inverteu-se, és Treinador. Quais são as principais diferenças que notas entre viver os treinos e os jogos lá dentro e vive-los agora do lado de lá das 4 linhas?
- Celso (C): A principal diferença tem a haver com a responsabilidade. Quando era jogador tinha a responsabilidade de me aplicar nos treinos e nos jogos para melhorar e ajudar a equipa a ganhar, de ser competitivo, ouvir o treinador etc. Enquanto treinador, a responsabilidade é de outro tipo: preparar o treino, ter em conta aspectos psicológicos e diferentes personalidades, etc. Nos jogos, sofre-se o mesmo pela equipa, só que, enquanto treinador a ponderação tem que ser maior. É claro, e tem que se tentar ser o primeiro a dar o exemplo, no respeito para com todos. Coisas que, enquanto jogador, com os adversários e árbitros, me passavam um pouco ao lado.

- F: Quais foram as principais razões que te levaram a aceitar o convite do Alma para te juntares a ele na Equipa Técnica desta equipa?
- C: Primeiro que tudo, aceitei o convite porque era o Alma a me convidar. Não só pela nossa amizade mas também, como já disse antes, por ter a convicção que ele é a pessoa certa no lugar certo. Depois, e não menos importante, sentia saudades dos treinos e do ambiente dos jogos (o ano passado, a sofrer por fora, foi difícil) e, claro, dos amigos que cá estão.

- F: O que é que sentiste no 1º treino que orientaste nesta equipa? Ficaste de alguma forma ansioso, ou sentiste-te já plenamente integrado e em família apesar de nunca teres chegado a jogar com a grande maioria dos jogadores que hoje jogam pelo Futsal FDL?
- C: Quando uma pessoa quer dar o seu melhor normalmente está sempre expectante daquilo que poderá acontecer, ainda para mais os treinos demoraram a começar. Contudo, isso no primeiro treino passou logo. O pessoal do futsal, sempre foi, na sua esmagadora maioria, “boa gente”, que sabe receber bem novos treinadores e jogadores. Se juntarmos a isto, o facto de já ser amigo de alguns jogadores, então posso dizer que até foi bem fácil a reintegração. Além disso, havia pessoal que não conhecia e que é pessoal espectacular.

- F: Deves na tua cabeça provavelmente comparar muitas vezes o estilo de jogo, as capacidades dos jogadores, o espírito de grupo, etc da tua época com o que se passa hoje na equipa. Quais as principais semelhanças e diferenças?
- C: A táctica com que jogamos agora é diferente da anterior, logo o estilo de jogo é diferente. A capacidade técnica individual dos jogadores, é em média, na minha opinião, um pouco superior à do meu tempo. Apesar de, tal como no meu tempo, existir dentro do plantel uma grande diversidade: jogadores desequilibradores, jogadores cumpridores e de extrema utilidade e jogadores que têm que evoluir ainda mais para poderem fazer parte das primeiras escolhas. O que importante é que todos juntos formem um bom grupo. Quanto ao espírito desse grupo é um pouco diferente. Mas, o espírito não tem que ser igual ao anterior (como já disseram numa entrevista neste blog), porque se fosse igual não era genuíno e seria muito artificial. Cada geração é uma geração. As pessoas são diferentes portanto, logo por aí, o espírito tem que ser diferente. Deve ser o próprio grupo a criar, naturalmente, o seu espírito.Há valores, no entanto, que fazendo parte desse espírito, devem passar de geração em geração, como por exemplo, o respeito pelos colegas, isto é, nem todos têm que ser amigos (apesar de, na nossa equipa o habitual foi sempre o pessoal ser amigo), têm é que se respeitar nos treinos e jogos. E aí, é onde os treinadores e os jogadores mais velhos podem ter papel importante. Mas, esse espírito continua a ser criado de um modo natural, a equipa ainda é jovem e vai ainda estar mais alguns anos junta a defender as cores da FDL.

- F: Imaginando que eras Treinador da melhor equipa do Mundo de Futsal, com jogadores bons para todas as posições. Qual o teu modelo de jogo preferido e que em consequência tentarias implementar?
- C: Esta pergunta é um pouco difícil de responder. Penso que teria que ter um muito maior conhecimento, não só a nível táctico, mas também daquilo que deve ser a condução de uma equipa que, nesse caso, seria profissional. Bem como, conhecer bem os vários jogadores. Só depois poderia escolher a táctica que conseguisse tirar o maior rendimento das diversas características do plantel e da própria natureza da competição em que estivéssemos envolvidos. Isto para não cair no “treinador de bancada”, que existe dentro de nós.

- F: Qual é o balanço que fazes destes primeiros 3 meses como Treinador da Equipa de Futsal da FDL? Quais os aspectos mais positivos e quais os que se devem melhorar?
- C: O balanço não pode deixar de ser positivo. É claro que, há muitas coisas a melhorar em todos os aspectos do treino, mas vamos ter ainda tempo antes dos próximos jogos e, de qualquer maneira, isso serão aspectos que falaremos nos próprios treinos.A nível geral, um aspecto muito positivo que quero destacar, foi a integração dos caloiros. Passa um pouco por aquilo que já disse, que o pessoal sabe receber bem, mas também todos os que entraram e têm levado isto a sério são pessoas “5 estrelas”.Por outro lado, uma situação que temos de melhorar é alguma falta de apoio nos jogos do resto do pessoal que não foi convocado. Eu sei que tem havido frequências e que antigamente, por vezes, também era assim, mas lá está, as coisas não têm que ser como antes. É muito importante que aqueles que jogam sintam a presença e apoio dos colegas, é motivador, além de enfraquecer o nosso adversário. E, como temos dito, um dia os não convocados serão convocados e , de certeza, que também necessitarão desse apoio. Mas, ainda só tivemos um jogo a doer, tenho a certeza que nos próximos jogos as presenças serão em maior número.

- F: Para finalizar e a título de brincadeira: Pegando em todos os jogadores que já passaram pelo Futsal FDL ao longo dos anos, vou-te pedir para fazeres 2 convocatórias: Uma que reuniria os 10 melhores jogadores de Futsal que passaram pela Equipa e outra que reuniria os 10 maiores portadores de Mística.
- C: Talvez não consiga convocar os 10 melhores jogadores e os 10 portadores da mística, até porque alguns iriam repetir a convocatória. Mas, não querendo fugir à pergunta, uma equipa com base somente naqueles que já não estão em actividade, que eu tenho a certeza que convocaria e que defenderia (e defendeu) muito bem as nossas cores em qualquer jogo seria: Alma e Zé Costa (GR); Miguel e Alex (Fixos); Karel, Monteiro, Mário e André Fonseca (Alas); Manu e Castro (Pivots). Se juntarmos a estes 10, claro, o Alves (universal), Zé Luis (fixo), Nuno Coelho (ala), Eddie (ala, pivot) e o Marco como Treinador, penso que estariam todos aqueles, que, na minha opinião, mais contribuíram para que o Futsal fosse o que é hoje. Neste grupo podemos encontrar excelentes executantes de futsal, grandes jogadores de equipa, pessoal que tinha “mística” para “dar e vender” e uma pessoa que nos sabia conduzir como ninguém.

Foi a última "Entrevista da Semana" de 2007. Agradecemos ao Celso a sua disponibilidade e sinceridade que contribuiu para uma entrevista bastante positiva. Abraço a Todos e até à Próxima.

A Equipa de Futsal da Faculdade de Direito de Lisboa

3 comentários:

Anónimo disse...

Celsão, não vou falar de ti como treinador, pois isso era muito "graxa" de se fazer. Falo então de ti como pessoa.

No ano passado os mais velhos falavam muito do "Celso". Que era bom jogador, que tinha muita mística e que era um porreiraço. Via-te a ir ver os jogos e dava-te valor por isso pois praticamente não falhaste nenhum, e o apoio da "velha guarda" é importante para nós.

Nem que seja pelo facto de me dares boleia a seguir aos treinos já me ia fazer achar-te o maior=P lol, mas tou a gostar sobretudo da humildade e vontade com que vives cada momento no Futsal da FDL. Nota-se que gostas de estar ali e isso contagia-nos a nós também.

Espero que continues por muito tempo mais o Alma, um grande abraço!

Anónimo disse...

Este homem foi fundamental, na minha integração dentro da equipa, nao estou ha muito tempo na equipa, mas mesmo assim ja aprendi bastante com ele, nao so em campo como em espirito. Nao estou a dar graxa, pk sendo kem sou nao preciso diss LOOOOOL.

Um grande abraço, e penso que falo por toda a equipa quando digo que gostamos muito de te ter connosco, e que mesmo nao jogando es uma peça vital na equipa.
Força!!!

Anónimo disse...

apenas queria dizer que o celso é tao importante como qualquer outro,neste assumido objectivo de subir de divisao!por tudo o que representa faço votos que permaneça por ca muito tempo...abraço a todos